Qualquer pessoa que acessa a internet sabe que a quantidade de perfis falsos, robôs e desinformação é grande — e está se tornando cada vez mais sofisticada com a inteligência artificial. No entanto, há uma maneira de garantir que cada conta pertença a uma pessoa real e única. Essa é a ideia da prova de humanidade (Proof of Humanness - PoH), uma tecnologia que tenta criar um selo digital de autenticidade para as pessoas na internet.
A tecnologia vem ao encontro da necessidade de tornar a internet mais segura frente a uma série de problemas, dentre os quais se destacam os Ataques Sybil, quando uma pessoa cria dezenas ou centenas de perfis falsos para manipular discussões, inflar números e espalhar informações enganosas em massa. Um exemplo disso são postagens em redes sociais com quantidade desproporcional de curtidas e comentários suspeitos. Além do Sybil, a desinformação criada por IA chama a atenção. Com a inteligência artificial gerando textos, áudios, imagens e até vídeos ultra-realistas, ficará cada vez mais difícil saber o que é real e o que é uma falsificação feita por IA. Nestes casos a prova de humanidade ajudará a filtrar conteúdos feitos por humanos verificados, reduzindo a disseminação de fake news.
Como funciona o World ID?
Uma das iniciativas mais avançadas nesse sentido é o World ID, que funciona como uma credencial digital anônima para separar os seres humanos reais de robôs, sem que seja necessário expor dados pessoais. O sistema usa um dispositivo chamado Orb, que processa uma foto da íris e gera um código único e anônimo.
Como a íris é praticamente impossível de falsificar, ela se torna um método seguro para comprovar que cada conta pertence a uma única pessoa. E para evitar que alguém saia coletando esses dados, o sistema usa provas de conhecimento zero (ZKP, por sua sigla em inglês), permitindo que você comprove sua identidade sem revelar suas informações pessoais, o que garante que a prova de humanidade seja realizada de forma eficiente e segura.
Onde isso pode ser usado?
A prova de humanidade pode resolver uma série de problemas digitais. Algumas aplicações práticas incluem votações realizadas de forma online, evitando manipulação e só contabilizando votos de pessoas reais. Além disso, facilitaria a moderação de redes sociais, facilitando identificar ou excluir perfis de bots ou contas fake. Vale ressaltar também a facilitação e a proteção no acesso a serviços exclusivos, como bancos digitais, fóruns privados e outras plataformas, diminuindo as chances de vazamento de dados sensíveis e fraudes financeiras.
E agora?
A ideia de criar uma internet mais segura e transparente é boa, mas ainda há desafios, principalmente na adoção em larga escala das ferramentas de segurança e privacidade. Com a IA se tornando muito presente no dia a dia, separar o que é humano do que é artificial vai ser essencial para manter a confiança no que consumimos e compartilhamos.
Por isso, a prova de humanidade e iniciativas como o World ID são passos fundamentais para tornar o ambiente digital mais transparente. Além de barrar tentativas de manipulação em larga escala, a tecnologia pode abrir caminho para novas formas de participação digital.
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