O que é o Ethereum 2.0? Um Guia Completo

30 de outubro de 2025 6 minutos de leitura

O que é o Ethereum?

O Ethereum é uma blockchain descentralizada com um protocolo de código aberto. Possui a sua própria criptomoeda, o ether. No entanto, a rede Ethereum vai além da criptomoeda; descreve-se como "dinheiro programável";

A plataforma do Ethereum utiliza contratos inteligentes, que são contratos que se ativam autonomamente quando um conjunto de condições pré-estabelecidas são satisfeitas. Isto permite aos utilizadores criar aplicações na sua rede, incluindo uma grande variedade de jogos, redes sociais e serviços financeiros.

Devido à sua natureza descentralizada, a blockchain do Ethereum não é controlada ou regulada por uma autoridade central, como um banco ou o governo. Em vez disso, oferece aos seus utilizadores total transparência, prova de propriedade, resistência à censura e garante o funcionamento praticamente 24/7 durante todo o ano.

Então, por que mudar para o Ethereum 2.0?

O Ethereum 2.0, também conhecido como ETH2 ou ETH 2.0, não será a primeira alteração do sistema do Ethereum. Na verdade, o Ethereum já passou por cinco edições diferentes. No entanto, o Ethereum 2.0 é significativo porque será a maior alteração do Ethereum até agora: uma plataforma de cripto mais rápida, eficiente, ecológica e escalável.

Em termos de velocidade de processamento, o Ethereum processa, atualmente, cerca de 30 transações por segundo. O Ethereum 2.0 vai aumentar este número para impressionantes 100 000 transações por segundo, o que representa um salto enorme. Mas como é que isso é possível? O Ethereum 2.0 pretende tornar estas alterações viáveis através de duas melhorias: prova de participação (PoS) e fragmentação (sharding).

Vamos analisar ambas em detalhe para se obter uma compreensão mais precisa do que são e das funções que desempenham.

Prova de trabalho vs. prova de participação

Uma das principais inovações do Ethereum 2.0 é a transição de um sistema de consenso baseado na prova de trabalho (PoW) para um de prova de participação (PoS). Vamos perceber em detalhe.

O que é um sistema de consenso?

Um sistema de consenso é um algoritmo infalível utilizado em tecnologia blockchain. Este protocolo garante a sincronização ao longo de uma rede e verifica a legitimidade das transações de criptomoedas. A principal tarefa de um sistema de consenso é garantir que todas as transações são válidas entre todos os seus nós distribuídos.

Por exemplo, o sistema de consenso do Bitcoin é designado de PoW e envolve mineradores que utilizam a complexa potência computacional para minerar e validar novos blocos na blockchain do Bitcoin. O esforço do minerador é conhecido como PoW, assegurando que a transação é legítima.

O que é a prova de trabalho?

A PoW exige que todos os participantes de uma blockchain verifiquem as transações utilizando nós, que são os seus próprios sistemas de computador. Os mineradores externos competem para serem a pessoa que consegue adicionar novas transações à blockchain em troca de uma recompensa.

O que é a prova de participação?

Os proprietários de criptomoedas utilizam a PoS para verificar transações, dependendo do montante de ETH que um validador aposta. A blockchain do Ethereum utiliza estes ETH apostados para proteger as transações. O protocolo de PoS da Ethereum exige que os validadores detenham, pelo menos, 32 ETH para garantir a segurança das operações.

Este método reduz a necessidade de hardware complexo e caro, uma vez que os utilizadores não precisam de equipamentos caros para validar transações. A PoS também garante um menor consumo energético, permitindo que mais indivíduos se tornem validadores do Ethereum.

Por que é que esta mudança é importante?

A PoW consome grande quantidade de energia para minerar novos blocos e validar transações de cripto. Muitas destas transações têm registado uma quantidade significativa de energia computacional devido a falhas de processamento ou à incapacidade de resolver problemas complexos necessários para minerar blocos.

A PoS irá reduzi o tempo e os custos envolvidos nestas atividades. Consequentemente, as taxas de transação do Ethereum também vão diminuir, tornando o ether e outros ativos de cripto mais acessíveis e baratos para o utilizador médio. O Ethereum 2.0 irá recompensar aqueles que tenham e apostem no ETH ao invés de incentivar mineradores.

Tudo isto permite uma maior acessibilidade. Quanto mais acessível o ETH, mais participantes haverá. Um aumento de utilizadores resulta em mais transações verificadas, o que leva a um crescimento efetivo da taxa de escalabilidade do Ethereum 2.0.

Fragmentação

A fragmentação (sharding) consiste em dividir uma única blockchain em vários grupos de consenso designados shards. Ao invés de sobrecarregar uma blockchain, a fragmentação divide a energia computacional necessário para processar e validar as transações, tornando toda a rede mais sustentável e eficiente.

Consequentemente, o trabalho é distribuído e nenhum nó único precisa de carregar o peso de utilizar a sua própria energia computacional para manter a blockchain. Cada nó mantém registos apenas do seu shard. Os validadores, os indivíduos por trás de cada nó, trocam constantemente entre shards para diminuir a possibilidade de adulteração.

No centro do Ethereum 2.0 está a Beacon Chain: um mecanismo que organiza e mantém a base de dados de validadores e coordena todos os shards. A Beacon Chain cria novos shards, verifica-os e recompensa os validadores com ETH para manter os shards seguros.

Planeamento do Ethereum 2.0

Desde o seu início em 2015, o Ethereum cresceu em popularidade como a maior blockchain de utilização múltipla fora das criptomoedas puras. A sua implementação está a decorrer, sendo o lançamento feito em três fases:

  • Fase 0: A Fase 0 marcou o lançamento da Beacon Chain no núcleo da rede Ethereum 2.0. Esta fase foi lançada em dezembro de 2020 e consolidou a Beacon Chain como um mecanismo de coordenação que facilita a fragmentação.
  • Fase 1: A Fase 1 tem o seu lançamento previsto por volta do terceiro trimestre de 2022. Nesta fase, a Beacon Chain será fundida com o Ethereum 1.0 (ETH1), quando o ETH1 se tornar um shard do ETH2 através de um processo chamado "docking". A Fase 1 também irá lançar 64 shards e irá integrá-los à rede principal do Ethereum. O processo de "docking" é um aspeto significativo da fusão e pode ser visto como a fase 1.5.
  • Fase 2: Todos os 64 shards irão alcançar a sua total funcionalidade ao serem compatíveis com contratos inteligentes na Fase 2. Adicionalmente, o Ethereum 2.0 irá permitir a integração de aplicações descentralizadas (dApps), transações e interoperabilidade entre shards.

Equívocos

O Ethereum 2.0 gerou grande debate antes do seu tão esperado lançamento, o que deu origem a vários equívocos, tais como:

O Ethereum 2.0 é uma nova criptomoeda?

O Ethereum não é, na verdade, uma criptomoeda. É a blockchain que abriga o ether, que é a criptomoeda do Ethereum.

O Ethereum 2.0 não irá alterar nenhum aspeto do ether, mas irá introduzir várias alterações na funcionalidade da blockchain do Ethereum. Nenhuma das transações de ETH até agora irá sofrer alteração após o lançamento do Ethereum 2.0.

As taxas de transação irão descer automaticamente quando as alterações entrarem em vigor

As limitações atuais do Ethereum estão no seu poder de processamento. Lembras-te de como o ETH 2.0 vai aumentar a velocidade de processamento de 30 para 100 000 transações por segundo? Apesar desta grande alteração, as taxas de transação que os utilizadores pagam para completar transações não vão sofrer alterações significativas exclusivamente devido a esta alteração. É provável que, após a fusão, mais atividade irá migrar para soluções de escalabilidade, que deverão ter taxas de transação mais baixas.

Terás de atualizar as tuas aplicações para serem compatíveis com o ETH 2.0

Os utilizadores comuns do Ethereum não têm nada com que se preocupar aqui. Aplicações descentralizadas, DeFi (finanças descentralizadas), NFT (tokens não fungíveis) e outras aplicações não irão sofrer nenhuma alteração e irão continuar a funcionar normalmente.

Isto irá corrigir todos os problemas de escalabilidade

O Vitalik faz notar que soluções de escalabilidade, como as L2, irão continuar a ser necessárias após a conclusão desta atualização. O Ethereum não será um produto finalizado e haverá sempre espaço para aperfeiçoamento.

Atrasos

O Ethereum 2.0 está previsto para ser lançado em 2023, embora o lançamento inicial estivesse planeado para 2019. O principal programador do Ethereum, Tim Beiko, apontou erros no código e a complexidade do mesmo como razões para o atraso prolongado. Também é provável que o método descentralizado de desenvolvimento tenha contribuído para estes atrasos. No entanto, estes atrasos podem prejudicar a posição do Ethereum no mercado de cripto, levando a rumores e especulações sobre o lançamento do seu sucessor. Ainda assim, como a blockchain de utilização geral mais popular do mundo, o lançamento do Ethereum 2.0 é aguardado com grande expectativa nas comunidades de cripto e de tecnologia.

Qual é o futuro da cripto?

O setor das criptomoedas está a prosperar. Com o lançamento adiado do Ethereum 2.0, pode ser importante considerar outras criptomoedas. A Worldcoin é uma nova empresa que tem como objetivo oferecer a cada pessoa no planeta uma quota gratuita da sua criptomoeda, proporcionando aos seus utilizadores total privacidade.

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