O Que São as Stablecoins e Como elas Funcionam?

6 de novembro de 2025 9 Minutos de Leitura

O que é uma stablecoin?

Uma stablecoin é um tipo de criptomoeda cujo valor deve estar atrelado a outro ativo relativamente "estável", como o dólar americano, euro ou ouro.

A maioria das maiores criptomoedas por capitalização de mercado, por outro lado, são voláteis. Muitos argumentam que esses ativos são difíceis de usar como meio de pagamento devido a essa volatilidade. Por exemplo, o valor de um Bitcoin em determinado momento poderia comprar apenas um chocolate em 2010, mas o mesmo Bitcoin hoje pode valer o preço de um carro. Existem outras criptomoedas cujo valor diminuiu tanto quanto o valor do Bitcoin aumentou. Essa volatilidade pode ser problemática porque, como comprador, você busca alguma estabilidade no ativo com o qual transaciona.

As stablecoins oferecem uma opção alternativa ao reduzir essa volatilidade, potencialmente tornando-as mais adequadas para o uso cotidiano. Pagamentos sem fronteiras, baixas taxas de transação, opções de autocustódia e a combinação da estabilidade das moedas fiduciárias convencionais com a flexibilidade dos ativos digitais tornam as stablecoins atraentes para milhões de pessoas. Para entender o motivo, precisamos primeiro saber como funcionam as stablecoins.

O Bitcoin é uma stablecoin?

O Bitcoin (BTC) não é uma stablecoin. As Stablecoins buscam manter um valor estável baseado em moedas fiduciárias ou outros ativos como o ouro. O valor do Bitcoin é volátil em comparação. Para saber mais sobre o Bitcoin clique aqui.

O que podemos fazer com as stablecoins?

As stablecoins parecem ser um ativo promissor em teoria, mas o que podemos fazer com elas? São suficientemente práticas para o uso no dia a dia? A resposta é sim. Aqui estão algumas formas de utilizar as stablecoins:

  • Armazenar valor: Em comparação com as criptomoedas tradicionais, que são voláteis, o valor da stablecoin geralmente permanece consistente em relação ao ativo de referência — isso permite que os detentores de stablecoins armazenem valor.
  • Negociar ativos: Ao negociar criptomoedas, os usuários podem usar stablecoins como pares de negociação, o que ajuda a manter o valor e a ter uma correlação mais prática ao valor da criptomoeda.
  • Ganhar juros: Ao emprestar stablecoins, os usuários podem ganhar juros. Vale ressaltar que esses serviços de staking muitas vezes são arriscados e não permitidos em alguns países — avalie qualquer risco antes de usar tais produtos.
  • Transferir dinheiro a baixo custo: Os usuários não precisam pagar altas taxas de transferência para enviar dinheiro internacionalmente. Com as stablecoins operando em redes de baixa taxa, o custo das transações pode ser inferior a alguns centavos. Além disso, as stablecoins não exigem uma conta bancária para enviar dinheiro ao redor do mundo.
  • Enviar dinheiro internacionalmente: Baixas taxas de transação e processamento rápido significam que não é preciso esperar para enviar ou receber dinheiro entre países. As stablecoins oferecem uma maneira rápida e acessível de enviar dinheiro globalmente sem complicações. Enviar US$200 em stablecoins para outro país pode custar menos de US$0,10, em comparação com a média global de cobrança de US$12 para métodos tradicionais.

Como as stablecoins ajudam como proteção contra a inflação?

Muitas moedas fiduciárias tradicionais são suscetíveis à inflação, especialmente em economias com altas taxas de juros. Por outro lado, moedas como o dólar americano ou o euro vêm sendo mais resistentes à inflação nos últimos 20 anos. Stablecoins como a Tether e o USDC são atreladas ao dólar americano, o que significa que podem inflacionar menos que moedas locais. As pessoas podem trocar seu dinheiro por stablecoins e obter exposição à inflação do dólar, permitindo que seu dinheiro mantenha mais o seu valor.

Como resultado, as stablecoins permitem que os usuários tenham a mesma oportunidade de reserva de valor que os detentores de dólar americano, independentemente de sua origem. Qualquer pessoa com acesso à internet pode usar stablecoins para fazer transações diariamente.

Quais são os tipos de stablecoins?

As Stablecoins existem em vários tipos. Cada uma utiliza um mecanismo para estabilizar o seu valor.

As Stablecoins lastreadas em moeda fiduciária visam manter uma proporção de reserva de 1:1 com a respectiva moeda. Por exemplo, a Tether é atrelada ao dólar americano em proporção 1:1, o que significa que uma unidade de tether deve ser lastreada por uma unidade de dólar americano, e a capitalização total de mercado da tether deve ser apoiada 1:1 pelos ativos. ​​

Uma moeda digital de banco central (CBDC) é uma versão eletrônica de uma moeda fiduciária. A principal diferença entre criptomoedas existentes e as CBDCs é que estas últimas são garantidas e emitidas pelo governo, através do banco central de um país. As CBDCs estão atreladas ao valor da moeda central do governo emissor.

Vamos olhar os diferentes tipos de stablecoins para entender como elas são lastreadas:

  • Stablecoins colateralizadas por moeda fiduciária – As Stablecoins colateralizadas por moeda fiduciária mantêm uma reserva de moeda fiduciária como o dólar americano como garantia para assegurar que o valor da stablecoin permaneça estável.
  • Stablecoins colateralizadas por commodities – As Stablecoins colateralizadas por commodities utilizam como garantia os metais preciosos como ouro e prata ou commodities como o petróleo bruto.
  • Stablecoins colateralizadas por criptoativos – As Stablecoins colateralizadas por criptoativos são atreladas a outras criptomoedas como o Bitcoin ou Ether. Como criptomoedas de reserva podem ser voláteis, as suas reservas devem exceder a capitalização de mercado da stablecoin, levando a uma supercolateralização para garantir um design econômico saudável.
  • Stablecoins algorítmicas – As Stablecoins algorítmicas usam algoritmos e design econômico para manter um valor de mercado consistente. Essas stablecoins ainda não são comprovadas e apresentam o maior risco atualmente, e muitas já viram seu valor chegar a zero, destruindo bilhões de dólares em valor.

Quais são as stablecoins mais populares?

Agora que entendemos os diferentes tipos de stablecoins e como elas funcionam, é hora de conhecer as stablecoins mais populares disponíveis no mercado.

Tether (USDT)

Com uma capitalização de mercado em torno de US$65 bilhões, a Tether é a stablecoin lastreada em moeda fiduciária mais popular do mundo. Foi também a primeira stablecoin do mercado cripto e detém o maior número de transações globais, sendo a stablecoin mais líquida. Existem acusações de que o USDT não possui lastro 1:1 como alegam, embora isso ainda não tenha sido comprovado.

USD Coin (USDC)

Como o nome sugere, o USD Coin é atrelado ao valor do dólar americano. Trata-se de uma stablecoin colateralizada por moeda fiduciária. Isso significa que é possível comprar um USDC por US$1 ou resgatar um USDC por US$1 a qualquer momento. No momento da redação deste artigo, um total de 55,8 bilhões de USD Coin estavam em circulação global.

Binance USD (BUSD)

Atualmente, a terceira maior stablecoin em capitalização de mercado, com US$17,5 bilhões, a Binance USD é um projeto de stablecoin lastreada em moeda fiduciária iniciado pela plataforma de exchange Binance em colaboração com a Paxos. A BUSD mantém uma proporção de 1:1 com o dólar americano.

Dai (DAI)

A MakerDAO lançou a Dai na blockchain da Ethereum em 2017. A Dai, uma stablecoin lastreada em criptoativos, utiliza ether (a criptomoeda da plataforma Ethereum) como garantia, enquanto seu valor é atrelado ao dólar americano. Ao contrário de outras stablecoins, a DAI é descentralizada e usa contratos inteligentes e incentivos como mecanismos para manter o seu valor atrelado.

TrueUSD (TUSD)

A TUSD da TrustToken é uma stablecoin colateralizada por moeda fiduciária que existe na blockchain Ethereum. Cada token TUSD atualmente mantém uma proporção de 1:1 com o dólar americano. Os usuários podem cunhar e resgatar tokens TUSD no site da TrustToken.

Quais são os riscos das stablecoins?

As Stablecoins podem parecer a melhor opção entre os dois mundos. No entanto, possuem seus próprios riscos.

  • Desvinculação: As Stablecoins buscam manter um valor constante apoiado por uma moeda fiduciária. Stablecoins desvinculadas referem-se a stablecoins que caíram de seu valor pretendido. A Luna é o maior exemplo disso, quando a sua desvinculação resultou em perdas de dezenas de bilhões para investidores.
  • Riscos regulatórios: Apesar de serem atreladas a moedas fiduciárias, as stablecoins ainda estão sujeitas a riscos regulatórios. Por exemplo, a Meta, empresa controladora do Facebook, inicialmente planejava lançar a sua própria stablecoin, chamada Diem, em 2020. Contudo, a empresa cancelou o lançamento devido a preocupações e oposição de reguladores financeiros.
  • Falta de transparência em algumas: O ideal seria que as stablecoins fossem lastreadas por reservas em dinheiro ou outros ativos seguros. No entanto, sem nenhuma supervisão, é difícil saber se as stablecoins têm tanto lastro quanto afirmam. A falta de garantias pode levar a situações graves como o colapso da TerraUSD, afetando todo o mercado cripto.
  • Inflação dos ativos de referência: Embora as stablecoins sejam projetadas para proteger contra a inflação, ainda sofrem inflação de acordo com o ativo de referência. Por exemplo, se a taxa de inflação do dólar americano for superior a 9%, o preço do ativo aumenta, ou seja, o que alguém comprava por US$100 algum tempo atrás agora custa US$109. Uma solução proposta são as flatcoins, cujo valor seria lastreado por uma cesta de bens, não sofrendo inflação. Embora as flatcoins ainda não tenham sido implementadas, podem, um dia, ser o maior meio de troca do mundo.

Pronto(a) para comprar?

Comprar stablecoins é o ponto de entrada para a maioria dos marketplaces. Em vez de observar o valor em moeda fiduciária das criptomoedas oscilar enquanto decide a próxima negociação, as stablecoins oferecem uma maneira de garantir que a compra mantenha aproximadamente o mesmo valor entre transações. Embora isso seja uma boa proteção contra a volatilidade, o potencial de valorização limita-se ao ativo de referência. Os usuários podem ficar protegidos contra quedas acentuadas de valor na maior parte do tempo, mas não devem esperar grandes retornos também.

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